segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Ouvir o silêncio...é possível?

                 
                       Qual foi a última vez que você ouviu o silêncio??? Afortunadamente, eu tive este privilégio ao passar o final de semana na Aldeia da Mata Pequena. Adorei o nome, e como sou um bocadinho curiosa fui espreitar do que se tratava realmente. Peguei um autocarro até o Convento de Mafra, e de lá, liguei para Diogo, que gentilmente foi me buscar na parada do autocarro. Apenas 15 minutos de carro separam Mafra da pequena aldeia. E quando digo pequena, quero realmente dizer pequena. A aldeia tem uma população de orgulhosos doze habitantes. Isto mesmo, doze habitantes.

 
                         Essa população, graças à iniciativa do casal Diogo e Ana, extremamente queridos, torna-se maior eventualmente, uma vez que as casinhas da aldeia são disponibilizadas para aluguel, funcionando como um turismo de aldeia. Diogo, um gestor amante da arquitetura, fez um trabalho de formiguinha reconstruindo a aldeia com as principais características saloias, buscando manter a fidelidade do lugar inclusive no mobiliário, mas evidente, dando aos hóspedes um bocadinho de conforto ao incluir, por exemplo, água quente e banheiro.
 
                                              
                 Para que ninguém tenha pressa de nada, tampouco de acordar para o café da manhã, está tudo já colocado primorosamente na geladeira, e chás e café guardados em potinhos dispostos na mesa, para que você mesmo prepare seu café na hora que bem entender. Mas luxo dos luxos, é abrir a porta ao amanhecer, e se deparar com um saquinho de tecido pendurado à porta, onde dentro dele, aguarda para ser devorado, o famoso pão de Mafra, cozido em forno de lenha. Amei! Diogo inclusive me contou, que a fama do pão de Mafra é recente, de "apenas" 70 a 80 anos (mas estamos falando de uma terra de mais de 300 anos, portanto...). Deu-se início através de um senhor que levava o vinho da região para ser vendido pelos lados de Cascais, e sempre levava para ele um pão para sua merenda. Generoso, oferecia às pessoas, que encantadas, começaram a lhe pedir mais. Uma padaria local, pediu que ele lhe levasse destes pães para serem revendidos, e com o sucesso das vendas, resolveu o tal senhor, abrir ele mesmo uma padaria para fazer o famoso pão de Mafra ,que hoje é conhecido aqui por todo mundo.                                                                             

        

     Na aldeia, para quem não estiver com a menor vontade de cozinhar, e acredite-me a preguiça vai colar em você, existe a Tasquinha do Gil, onde são servidos bebidas e petisquinhos deliciosos e, sob encomenda, até alguns pratos como Arroz de Pato. Mas certamente haverá também sempre uma sopinha reconfortante como um caldinho verde, ou uma sopa de tomates. Só não pode chegar tarde, pois a cozinha encerra por volta das 23:00 h. E a Tasquinha do Gil não é exclusiva para hóspedes, pessoas da região também aparecem por lá, para provar das delícias  e possivelmente também para espreitarem a peculiar aldeia de uma rua só.
 
                 Foi certamente uma singular experiência na Casinha da palha, onde fui instalada. Uma casinha quase que de brincadeira, onde em seu sótão de madeira se encontra o quarto, que faz um barulhinho sob os seu pés ao caminhar. um misto de casa de Daniel Boone (alguém se lembra?) e de casa de árvore. Para se divertir e brincar de ser feliz!

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